Política Comum Das Pescas – Aprender a gerir o bem comum

Numa altura em que a nova Política Comum de Pescas (PCP) entrou em vigor e quando se finaliza o futuro Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP), a PONG-Pesca convida a todos a participar num debate público sobre os desafios e as oportunidades que a fase de implementação da nova PCP apresenta. O debate decorre no dia 23 de Abril na sede da FLAD em Lisboa. Este evento também irá marcar o final da atividade da coligação da OCEAN2012 em Portugal e o início de uma nova etapa do trabalho das Organizações Não Governamentais nacionais sobre os assuntos das pescas.

A entrada é livre mas sujeita a inscrição através do endereço pong.pesca@gmail.com

Matthias Kaiser, afinal é melhor cultivar peixe do que pescar?

Anna Olsson: Olá Matthias Kaiser. Num artigo recentemente apresentado na última reunião da European Society for Food and Agricultural Ethics, o Matthias argumenta que os consumidores alemães deviam ser menos presunçosos em relação aos peixes que consomem e aceitar que a aquacultura sustentável é uma boa maneira de produzir peixe. Poderia descrever o seu raciocínio aos leitores do animalogos ?

Matthias Kaiser: Obrigado por me darem esta oportunidade. Eu procurei abordar a típica atitude do género: “Ei, mesmo quando a aquacultura é bem feita, eu vou sempre para o peixe selvagem, que, de qualquer forma, é melhor e mais sustentável – não se pode vencer a natureza, pois não?” Eu acredito que isto é errado por várias razões, entre as quais razões éticas. Uma razão é que estamos seriamente a sobrepescar os stocks naturais nos oceanos, o que também resulta em preços mais elevados para o peixe selvagem capturado. Os padrões de consumo baseados em produtos da pesca só podem ser mantidos pelas partes ricas do mundo, excluindo a maioria das outras pessoas. Isto resulta no privilégio dos ricos em explorar os comuns em detrimento dos pobres. Além disso, e considerando mais uma vez as partes mais pobres do mundo, deve-se olhar para a questão das mudanças climáticas. Embora tenhamos sido nós, os mais ricos, a provocar o problema, são os países mais pobres quem já está a sofrer os seus efeitos. Uma boa forma de ajudar esses países a superar os piores problemas das alterações climáticas é envolvermo-nos em trocas comerciais de produtos de aquacultura, o que também contribui positivamente para o seu desenvolvimento social e económico. Assim, comprar peixe proveniente desses países seria uma – ainda que pequena – forma de assumirmos alguma responsabilidade pelos problemas que causamos.


AO: O debate na Alemanha tem sido, talvez, mais focado nos aspectos ambientais, mas o cepticismo em relação à aquacultura é bem conhecido também em Portugal, onde nenhum restaurante iria falar com orgulho de seus peixes provenientes de aquacultura e onde escritores gastronómicos falam pejorativamente em “peixe enjaulado”. ou “de aviário” Tem alguma mensagem para eles?

MK: Essa expressão traz-nos imediatamente à memória “porcos enjaulados” ou “galinhas enjauladas” e mostra que os consumidores actuais começaram a preocupar-se com o bem-estar animal, e não apenas com o preço ou a qualidade do produto.  (Nota da animalogante: Penso que é mais na qualidade do produto do que na qualidade da vida do  animal que se pensa quando se fala do “peixe do aviário”). Vejo-o, de um ponto de vista ético, como um bom desenvolvimento. O problema, no entanto, está em agruparmos coisas que deviam ser avaliadas de forma separada. Em primeiro lugar, até mesmo os piores casos de “galinhas enjauladas” podem não ser um argumento suficiente derrubar todos os tipos de produção em grande escala. Na verdade, é justamente por estarmos dependentes da produção animal em larga escala que precisamos de melhorar o bem-estar animal desses animais. Em segundo lugar, em aquacultura isso depende em grande medida da espécie e do tipo de sistema utilizado. Na Noruega, os produtores de salmão aprenderam da pior maneira que uma densidade muito grande nas gaiolas afecta seriamente a qualidade do produto e aumenta a probabilidade de surtos epidémicos. Eles também aprenderam que o animal precisa de um ambiente onde o comportamento natural de natação não é restringido. Infelizmente, apenas nos últimos anos emergiu uma investigação que visa uma compreensão mais holística do bem-estar em peixes, e que só lentamente vai influenciando a indústria. Além disso, a densidade de peixe não é sempre um problema, tudo depende das espécies de peixes e do ambiente: os peixes-gato preferem estar muito próximos uns dos outros em águas lodosas, já que nas águas cristalinas eles se sentem ameaçados. Onde eu quero chegar é que é possível manter o bem-estar em aquacultura, o que muitas vezes já é feito. Há pontos de equilíbrio entre, por um lado, bem-estar animal e produção em grande escala, por outro.

Assim, a minha mensagem para os consumidores portugueses seria: “Comece fazendo perguntas mais exigentes em restaurantes ou supermercados, como por exemplo: de onde é que vem este peixe? A sua produção e comercialização são certificadas de alguma forma, em particular no que diz respeito a sustentabilidade ambiental, bem-estar animal e ética comercial? “


AO: Sendo eu própria agronoma, sou um pouco céptica em relação à aquacultura por um motivo muito diferente. Todos os animais terrestres que cultivamos para obtenção de carne alimentam-se essencialmente de plantas, mas os peixes de cultivo são geralmente de espécies carnívoras (as excepções, como a carpa, não são geralmente aceites na Europa como espécies alimentares). Sabemos, a partir das discussões sobre sustentabilidade, que a produção de proteína animal para consumo humano é muito mais ineficiente do que se os humanos comessem directamente a proteína vegetal. Agora, obter proteína animal consumindo peixes que por sua vez se alimentam de proteína de peixe, isso não aumenta o problema exponencialmente?

MK: Agora colocou o dedo na questão mais importante: estaremos simplesmente a usar peixe barato para produzir peixe caro? Por outras palavras, podemos justificar eticamente a alimentação de peixes com proteínas derivadas de outros peixes? [Para tornar a questão ainda mais complicada, devemos acrescentar que também os animais terrestres são, em grande medida, alimentados com ração contendo proteína de peixe, ou seja, uma quantidade significativa da produção industrial de farinha de peixe e de óleo de peixe vai para a agricultura industrial (porco, aves, ruminantes, etc.)]. Concordo plenamente consigo que o uso de proteínas de peixe na alimentação animal deve ser reduzida, ao invés de aumentar. Eu não concordo que a questão esteja na eficiência de conversão energética. Mas, mais uma vez, o diabo está nos detalhes:
Na aquacultura, a “pior” espécie é o salmão (atum e alguns outros, também), ou seja, em princípio, quaisquer espécies carnívoras no topo da cadeia alimentar. O problema é que estas espécies têm o valor de mercado mais elevado e são, portanto, muito procuradas. Nós, os países ricos, somos os principais produtores de salmão, principalmente a Noruega e a Escócia (na Europa). Os produtores de salmão também já perceberam que a proteína de peixe é um ingrediente problemático na alimentação dos peixes, por causa do aumento dos preços. Por isso estão a reduzir a quantidade de proteína de peixe na alimentação (substituindo-a, por exemplo, por soja) e têm tido algum sucesso a fazê-lo. Eles também mencionam o facto do salmão ser um conversor de energia muito eficiente, muito mais eficiente do que qualquer outro animal de produção.
Mas eu sou mais optimista em relação a todas as outras espécies que importamos, em especial da Ásia. O peixe-gato (Pangasius) é uma espécie omnívora, assim como o tilápia. Os camarões também comem todo o tipo de coisas, e são, portanto, muito menos dependentes de suplementos de proteína de peixe. A ração de camarões é feita, em grande medida, de subprodutos da pesca, inaproveitável para consumo humano. Em muitos lugares a aquacultura está integrada com a produção agrícola (por exemplo, peixes com aves, usando os excrementos de aves para alimentar os peixes). Embora seja verdade que a carpa não é muito popular na Europa e os EUA (embora seja muito popular na China), ainda temos a opção de incluir espécies na nossa dieta que são menos exigentes em termos de proteína de peixe (N.T. é o caso da truta).

Em suma, o meu argumento é o seguinte. A não ser que nos tornemos todos vegetarianos (que é uma opção ética, mas não necessariamente abraçada por todos nós), se quisermos ter um estilo de vida saudável, com redução dos efeitos climáticos deletérios, devemos: (i) comer mais produtos aquáticos (e muito menos carne), (ii) escolher os produtos aquáticos, provenientes de aquacultura sustentável e certificada, e (iii) privilegiar o consumo de espécies omnívoras, que exigem menos proteína de peixe na sua alimentação. O que precisamos é de um consumidor consciente que faz perguntas mais exigentes e específicas, e uma indústria que responde à necessidade de corrigir as formas insustentáveis de produção.

Traduzido do inglês por Manuel Sant’Ana (segundo a antiga ortografia).


Semanas Europeias do Peixe – Qual o seu papel?

Estão a decorrer até ao final de Agosto as Semanas Europeias do Peixe, uma iniciativa da plataforma OCEAN 2012. A campanha visa captar a atenção do público (e consumidor) europeu para os problemas da sobrepesca, apelando a uma intervenção cívica junto dos centros de decisão política para se alterar a Política Comum das Pescas. No âmbito desta iniciativa vai decorrer hoje um cordão humano em forma de peixe em frente ao Padrão dos Descobrimentos.

O tema não nos deve deixar indiferentes; a situação actual de populações selvagens de peixe (aquilo que numa linguagem antropocêntrica é designado por stocks pesqueiros)  é de tal forma preocupante que leva os cientistas a questionar se ainda haverá peixe em 2050 (ouvir o Podcast da Science). Na qualidade de terceiros maiores consumidores per capita de peixe do mundo – atrás de japoneses e islandeses – temos responsabilidades redobradas em mantermo-nos informados e em fazer escolhas conscientes na hora de escolher o peixe que colocamos no prato. Já aqui demos destaque a outras iniciativas como a plataforma Que peixe comer?, lançada pela LPN, e que podem auxiliar nessa tomada de decisão.

Vai uma sopa de barbatana de tubarão?

Exemplares de uma espécie de tubarão (pinta-roxa) à venda no mercado de Olhão.
(Repare na ausência de barbatanas)

A Comissão Europeia (CE) tem aberta uma consulta pública sobre a revisão da lei que regula a remoção de barbatanas de tubarão (finning) em águas europeias. A consulta é aberta a todos e decorre até ao próximo dia 21 de Fevereiro.

Um dos aspectos mais interessantes desta consulta é que, ao contrário do que aconteceu em 2003, a CE está determinada a banir em definitivo a prática do finning e não apenas a limitá-la. Para esta reviravolta legislativa muito contribuiu o papel interventivo das ONGA’s, nomeadamente da Shark Alliance e da portuguesa APECE.

As barbatanas de tubarão atingem valores muito elevados, nomeadamente nos mercados asiáticos, por serem o ingrediente principal da famosa sopa. No entanto a carne de tubarão tem menor valor económico e por isso torna-se menos rentável descarregar as carcaças na doca. Em vez disso, as barbatanas são removidas a bordo e os tubarões, ainda vivos, são devolvidos ao mar para virem a morrer de asfixia, hemorragia ou como petisco para outros peixes.

A anterior lei visava regulamentar a prática de finning, impondo limites e obrigando os pesqueiros a descarregar a totalidade do peso vivo dos tubarões. Para contornar uma legislação já de si confusa e difícil de controlar, muitos pescadores – e aqui estamos a falar de frotas industriais e não de pesca artesanal – em vez de desistirem da pesca ao tubarão direccionaram-na para os exemplares mais pequenos (e portanto mais leves e com menos volume) e também por isso mais rentáveis. Em vez de diminuir, a lei de 2003 estava a contribuir para o aumento da pressão da pesca sobre as populações de tubarões.

Registe-se que em sintonia com a Europa, o Senado dos EUA aprovou no mês passado uma moção semelhante, a Shark Conservation Act of 2010 que obriga os pesqueiros a transportarem os tubarões inteiros para terra.

Como podem ler, a participação nesta consulta pública é simples e rápida. Contribuam!!

Os peixes pensam?

“O que responderia se um jornalista lhe perguntar se os peixes pensam?”

Foi a ultima pergunta a ser colocada nas 3 horas de provas de doutoramento da Leonor Galhardo que defendeu hoje no ICBAS (Universidade do Porto) a sua tese com o título Teleost welfare: Behavioural, cognitive and physiological aspects in Oerochromis mossambicus.

“Sim, os peixes pensam”, respondia a (então) doutoranda, explicando que com isto queria dizer que no sentido de ter um processamento mental do seu ambiente e uma experiência subjectiva dele, os peixes pensam.

Deixamos os nossos parabens à Doutora Leonor Galhardo – e para quem tiver mais paciência do que a hipotetica jornalista segue o resumo da tese.

O bem-estar de peixes tem sido predominantemente associado a um funcionamento fisiológico equilibrado, tal como avaliado através de medidas de stress. No entanto, aquilo que os animais sentem acerca das suas próprias circunstâncias constitui o cerne do conceito de bem-estar, o qual depende pois da assunção de que os animais são sencientes e detêm algum grau de consciência. Dados recentes de neuroanatomia, cognição e comportamento, revistos no Capítulo 1, sugerem fortemente que o conceito de senciência pode ser alargado aos peixes. Assim, o estudo do bem-estar dos peixes não se deve continuar a restringir ao stress, antes exigindo o desenvolvimento de métodos para avaliar estados mentais, bem como uma melhor compreensão dos aspectos psicológicos enquanto partes de mecanismos de ajuste. Em resposta a alterações do ambiente, os peixes processam a informação mentalmente e desenvolvem mecanismos de ajuste com o objectivo de manterem a alostase. Os objectivos da presente tese consistem na identificação de indicadores importamentais e fisiológicos que informem indirectamente sobre os estados mentais dos peixes em circunstâncias particulares, e na identificação de moduladores psicológicos da resposta ao stress, nomeadamente o papel da envolvente social e da previsibilidade de eventos relevantes neste processo. O modelo usado foi a tilápia moçambicana (Oreochromis mossambicus), tendo em conta que a sua biologia é bem conhecida, que é muito adaptável a condições artificiais, e que tem uma importância económica crescente. Esta espécie possui um sistema social elaborado, no qual os machos territoriais escavam depressões no substrato, para os quais atraem as fêmeas para a reprodução.

No Capítulo 2, foram comparados grupos de peixes vivendo com e sem substrato. A ausência de substrato enfraqueceu o estabelecimento de dominância pelos machos, diminuiu os comportamentos sexuais e territoriais (escavação do ninho e pairar sobre o ninho), promoveu possíveis comportamentos anormais (e.g. escavação de ninho no vácuo), diminuiu os níveis gerais de actividade e a diversidade de comportamentos, e
não teve influência nos níveis de agressão. Ao nível fisiológico, não houve diferenças nos níveis de cortisol e de glucose, mas o hematócrito foi significativamente inferior nos machos sem acesso ao substrato. No Capítulo 3, a avaliação de preferência pelo substrato mostrou que os machos territoriais preferem passar mais tempo num compartimento com substrato, tendo esta preferência sido ainda maior num contexto de reprodução. Tantos os machos territoriais como os não territoriais preferiram alimentar-se no compartimento com substrato. No Capítulo 4 procurou-se adaptar um paradigma de “porta de empurrar” (‘push-door’) ao estudo da motivação dos peixes para acesso a alimento, parceiro social ou apenas substrato (controlo). As medidas adoptadas foram a latência da abertura da porta, a eficiência do trabalho (enquanto medida da atenção) e o custo máximo pago. Os resultados sugeriram que os machos valorizam o alimento e o parceiro social de uma forma similar, e mais que um compartimento apenas com substrato. Foi aparente que os machos territoriais tendem a valorizar o parceiro social mais que os machos não territoriais. No Capítulo 5
procurou-se validar o uso de cortisol como medida de stress na tilápia moçambicana.A variação diária de cortisol mostrou um aumento gradual durante o período nocturno e um pico no início da manhã. O isolamento social causou um aumento nos níveis de cortisol dos machos não territoriais. Foi feito um desafio in vivo que mostrou uma resposta por patamares, com os níveis de cortisol variando desde uma nível de base até um patamar superior sob níveis crescentes da dosagem de estimulação por ACTH. No Capítulo 6, os peixes foram submetidos a um teste de neofobia (objecto novo) e de confinamento, em diferentes contextos sociais. O objecto novo promoveu o comportamento exploratório dos machos quando não perturbados e em contacto visual com uma fêmea familiar, mas não afectou os padrões de inactividade nem as interacções com as fêmeas, em qualquer contexto social. A resposta de stress ao confinamento não foi afectada pelo contexto social. O Capítulo 7 analisou como a previsibilidade pode afectar a resposta ao stress por estímulos com diferentes valências. Um aumento dos níveis de cortisol foi a resposta ao confinamento não previsível. Níveis mais elevados de comportamento antecipatório e uma tendência para aumento do cortisol sugerem que eventos previsíveis de alimentação também podem despoletar uma resposta ao stress.

Os estados mentais são uma componente fundamental da avaliação do bem-estar, mas não são acessíveis ao escrutínio humano directo. Quando interpretados independentemente umas das outras, as medidas fisiológicas e comportamentais não são suficientes para informar sobre os estados internos. Desta tese pode-se concluir que uma combinação de estudos de privação, preferência e motivação, junto com a medida de parâmetros fisiológicos como o cortisol, é provavelmente uma abordagem relevante para inferir indirectamente sobre as experiências subjectivas dos peixes. O processamento da informação externa pelos peixes envolve uma componente psicológica. Este facto tem de ser tido em conta na interpretação das resposta ao stress e na gestão do bem-estar de peixes em condições artificiais.

Salvem os "gatinhos-do-mar"!

A propósito do post do Manuel Sant`Ana sobre o site que promove a pesca sustentada, deixo-vos aqui a visão de um grupo activista(-extremista?) sobejamente conhecido e mediático sobre a questão das pescas.

Do lado deles, devo admitir que vejo muita gente ter mais problemas éticos com o consumo de carne que de peixe, ainda que estes sofram provavelmente mais e por mais tempo ao ser pescados (pelo stress, asfixia, desidratação, insolação e/ou descompressão sentidos) que um porco com o abate por exemplo, se feito humana e devidamente.

A PETA-People for the Ethical Treatment of Animals argumenta que a razão pela qual isto acontece se relaciona com a nossa apreciação estética do peixe como um animal. Vai daí, sugerem que deixemos de pensar neles como peixes, mas antes gatinhos-do-mar. E ninguém atravessaria um anzol pela boca de um gatinho, pois não?

Ainda não decidi completamente se isto é um golpe publicitário de génio, ou simplesmente absurdo. Provavelmente, está simultaneamente no limiar de cada uma destas duas visões.

Os “gatinhos do mar” (banner do site http://features.peta.org/PETASeaKittens/

Será o melhor o leitor julgar por si mesmo, acedendo ao site da PETA dedicado a esta causa. A primeira coisa que irá notar, certamente, é o facto de ser deliberadamente orientada para um público jovem, pela grafia, os textos e as histórias sobre estes “gatinhos-do-mar” que disponibilizam.

People don’t seem to like fish. They’re slithery and slimy, and they have eyes on either side of their pointy little heads—which is weird, to say the least. Plus, the small ones nibble at your feet when you’re swimming, and the big ones—well, the big ones will bite your face off if Jaws is anything to go by.

Of course, if you look at it another way, what all this really means is that fish need to fire their PR guy—stat. Whoever was in charge of creating a positive image for fish needs to go right back to working on the Britney Spears account and leave our scaly little friends alone. You’ve done enough damage, buddy. We’ve got it from here. And we’re going to start by retiring the old name for good. When your name can also be used as a verb that means driving a hook through your head, it’s time for a serious image makeover. And who could possibly want to put a hook through a sea kitten?