A União Europeia está a avaliar a sua politica do bem-estar animal e pede a opinião das partes interessadas atraves de um questionário on-line que está aberto até 31 de Julho. Participe!
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Salvem os "gatinhos-do-mar"!
A propósito do post do Manuel Sant`Ana sobre o site que promove a pesca sustentada, deixo-vos aqui a visão de um grupo activista(-extremista?) sobejamente conhecido e mediático sobre a questão das pescas.
Do lado deles, devo admitir que vejo muita gente ter mais problemas éticos com o consumo de carne que de peixe, ainda que estes sofram provavelmente mais e por mais tempo ao ser pescados (pelo stress, asfixia, desidratação, insolação e/ou descompressão sentidos) que um porco com o abate por exemplo, se feito humana e devidamente.
A PETA-People for the Ethical Treatment of Animals argumenta que a razão pela qual isto acontece se relaciona com a nossa apreciação estética do peixe como um animal. Vai daí, sugerem que deixemos de pensar neles como peixes, mas antes gatinhos-do-mar. E ninguém atravessaria um anzol pela boca de um gatinho, pois não?
Ainda não decidi completamente se isto é um golpe publicitário de génio, ou simplesmente absurdo. Provavelmente, está simultaneamente no limiar de cada uma destas duas visões.
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| Os “gatinhos do mar” (banner do site http://features.peta.org/PETASeaKittens/) |
Será o melhor o leitor julgar por si mesmo, acedendo ao site da PETA dedicado a esta causa. A primeira coisa que irá notar, certamente, é o facto de ser deliberadamente orientada para um público jovem, pela grafia, os textos e as histórias sobre estes “gatinhos-do-mar” que disponibilizam.
People don’t seem to like fish. They’re slithery and slimy, and they have eyes on either side of their pointy little heads—which is weird, to say the least. Plus, the small ones nibble at your feet when you’re swimming, and the big ones—well, the big ones will bite your face off if Jaws is anything to go by.
Of course, if you look at it another way, what all this really means is that fish need to fire their PR guy—stat. Whoever was in charge of creating a positive image for fish needs to go right back to working on the Britney Spears account and leave our scaly little friends alone. You’ve done enough damage, buddy. We’ve got it from here. And we’re going to start by retiring the old name for good. When your name can also be used as a verb that means driving a hook through your head, it’s time for a serious image makeover. And who could possibly want to put a hook through a sea kitten?
Que Peixe Comer?

Que diferença faz para o planeta Terra as opções gastronómicas que tomamos todos os dias? Para quem gosta de comer peixe, a Liga para a Protecção da Natureza criou a plataforma electrónica “Que Peixe Comer… para um Consumo Sustentável?”. Este projecto, que conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, pretende providenciar informação útil e prática para se consumir peixe de forma responsável. A ferramenta pedagógica é agradável de utilizar e o design é informal e apelativo. Ficamos a conhecer algumas das principais espécies de peixe da nossa costa, métodos de pesca utilizados, receitas culinárias e dicas para se escolher peixe sem danificar os ecossistemas marinhos. A versão experimental já está disponível e as opiniões são bem vindas!
The Blue Dog Project
A APMVEAC (Associação Portuguesa de Médicos Veterinários Especialistas em Animais de Companhia) lançou a versão portuguesa de “THE BLUE DOG” ferramenta educacional interactiva que visa ensinar crianças entre os 3 e 6 anos de idade a lidar e viver de forma segura com o seu animal de estimação. A maioria das mordeduras provocadas por cães ocorre em casa e envolve crianças. Estudos científicos apontam o dedo ao comportamento desajustado da criança face ao animal especialmente em idades precoces. Saiba mais aqui.
Vê a dor nos olhos do ratinho ?
Mas serão tão universais que as encontremos também em outras espécies? Darwin achou que sim, e o livro dele é rico em ilustrações disto. Outros exemplos ainda podem ser encontrados na exposição Exuberâncias da Caixa Preta a decorrer no Museu Soares dos Reis no Porto.
(De: http://darwin-online.org.uk/content/frameset?itemID=F1142&viewtype=text&pageseq=1)
Nos cursos para investigadores que pretendem trabalhar com animais, ensinamos que é difícil identificar sinais de dor num ratinho, porque há uma vantagem evolutiva para presas naturais esconderem sinais de dor e doença. Mas num artigo na ultima edição da revista Nature Methods um grupo canadiano de investigadores mostra que, se observamos bem, podemos ver dor expressa na cara do ratinho.
O professor Jeffrey Mogil e a sua equipa de investigação sujeitaram ratinhos de laboratório a uma série de testes que são usados na investigação em dor. Nestes é induzido dor de grau e duração variável através de injecções ou intervenções cirúrgicas. Os ratinhos foram filmados e dos filmes extraíram-se imagens onde apenas a cara – e não o corpo do ratinho – era visível. Mostrou-se uma mistura de imagens de ratinhos com e sem dor a um painel de pessoas que não sabiam a que tratamento os ratinhos tinham sido sujeitos e, partindo de escalas de classificação para expressões faciais humanas, o painel avaliou a expressão dos ratinhos.
A avaliação do painel correspondeu ao tratamento do ratinho em até 97% dos casos quando se usou uma câmara de alta definição. Parece ser sobretudo dor de duração média, entre 10 minutos até 12 horas, a que melhor se reflecte na expressão facial do ratinho. Esta expressão envolve um semicerrar dos olhos, uma extensão arredondada da pele visível na ponta do nariz e um empolar das bochechas. O ratinho ainda estira as orelhas e os bigodes para trás, de encontro à cara ou para a frente, como se suspensos na ponta. Faltam-nos bigodes e orelhas movíveis, mas no que diz respeito a olhos, nariz e bochechas partilharmos a expressão facial com o ratinho.
Figure kindly provided by Jeffrey Mogil and not-for-profit reproduction licensed by Nature Publication group. Originally published in Nature Methods 7, 447-449, 2010.
Estes resultados não são, evidentemente, prova de que um ratinho que expressa dor de maneira semelhante a um ser humano sinta a dor de maneira semelhante. Mas parece-me que fica cada vez mais difícil argumentar que os outros mamíferos não sentem dor de uma maneira com que precisemos de nos preocupar.
Ensinamos os investigadores a reconhecer que se a intervenção seria dolorosa num ser humano, deveremos assumir que o seja também noutro animal. No futuro pode ser que acrescentemos “se achar que dói, olhe o ratinho nos olhos”.
"Deus criou os animais para experimentação"
As palavras são do governo da Malásia, em resposta a protestos de associações de protecção animal contra a construção de um novo centro de biotecnologia. Observo com interesse que a polémica, relatada na imprensa internacional, parece ter muitas semelhanças à do proposto biotério da Azambuja. E com a satisfação de que aqui nenhum representante do governo responderá com referência à vontade divina.
O Mundo Vizinho – Miguel Esteves Cardoso
The End of the Line
Darwin e a experimentação em animais – Parte II
Outro extracto das notas de Sir Thomas Farrer evidenciam como Darwin expressava vivamente essa posição também nas suas conversas:
“The last time I had any conversation with him was at my house in Bryanston Square, just before one of his last seizures. He was then deeply interested in the vivisection question; and what he said made a deep impression on me. He was a man eminently fond of animals and tender to them; he would not knowingly have inflicted pain on a living creature; but he entertained the strongest opinion that to prohibit experiments on living animals, would be to put a stop to the knowledge of and the remedies for pain and disease.”
too often, or anaesthetics have not been used when they could have been,
the cure must be in the improvement of humanitarian feelings.”
Para esquerda ou para a direita?
Pode ser que somos a única espécie de animal politico, mas não somos os únicos com tendências para direita ou para a esquerda – no que diz respeito a preferência física de uma pata sobre a outra ou um lado sobre o outro. Quando no laboratório treinamos um ratinho de executar uma tarefa com lateralidade, precisamos primeiro determinar se este ratinho tem uma preferência natural. Neste caso, para ter a certeza que estamos a medir a aprendizagem da tarefa em questão, escolhemos treina-lo a executa-la no lado contrário ao preferido. Mas lateralidade no mundo animal é mais do que ser canhoto ou não – saiba mais na ultima edição da New Scientist.
A mesma revista conta também a noticia da observação do comportamento de chimpanzés fêmeas depois da morte do bebé, e como estas resistem em se separar da cria mesmo evidentemente morta. A observação de um grupo de chimpanzés no distrito de Bossou em Guiné feita por uma equipa incluindo a investigadora portuguesa Cláudia Sousa da Universidade Nova de Lisboa, foi originalmente publicada na revista Current Biology.





