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Tag: conservação
"Priolo" – Madalena Boto
Quer passear no fim-de-semana? Vá de burro!
A Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA) promove, de 30 de Abril a 1 de Março, mais uma edição do passeio de burro intitulado “Por Terras D L Rei“.
É uma excelente oportunidade para conhecer melhor a raça asinina de Miranda, as belíssimas paisagens do Nordeste Transmontano e passar um fim-de-semana tradicional sozinho, com amigos ou em família (há actividades específicas para crianças). Pode consultar o programa aqui.
A AEPGA dedica-se à protecção e promoção do Gado Asinino, em particular da raça autóctone das Terras de Miranda, o “Burro de Miranda”. A associação reúne criadores e admiradores destes burros e contribui para o melhoramento genético e criação de um conjunto de animais de características semelhantes no Planalto Mirandês, representando a primeira raça autóctone de asininos de Portugal. Saiba mais aqui.
Serão os animais exóticos bons animais de estimação?
Texto escrito por Claudia Correia, Filipa Abreu e Maria da Paz, alunas da PG de Bem-Estar e Comportamento Animal do ISPA
O tráfico de animais exóticos põe em perigo a biodiversidade do planeta e é uma das principais causas de extinção de espécies, uma vez que provoca uma diminuição da população animal até ao limite crítico para a sua sobrevivência. Estudos indicam que nove em cada dez animais que são vendidos ilegalmente acabam por morrer devido a captura e transporte inadequados e por vezes até cruel (ver figuras). Portugal é um dos países usados como rota, sendo muitos casos detectados pelo ICNB.
No comércio legal, os comerciantes são obrigados a ter um certificado de importação, em animais que não são criados no país, e a reger-se pelas normas dos anexos da CITES. Se por um lado há uns que defendem que a legalização de comerciantes e criadores poderá ser uma medida que contribuirá para a perservação e manutenção das espécies e acabar com o tráfico ilegal, outros acreditam que a melhor solução seria não comprar animais exóticos em qualquer situação e que esta medida é imoral, dando outras opções para combater este crime, por exemplo, apelando à sociedade civil (Do Wild Animals Only Belong In the Wild?).
Fonte: Padrone, J. M. B., 2004. O comercio Ilegal de animais silvestres: avaliação da questão ambiental no estado do Rio de Janeiro. Dissertação de Pos-Graduação.
São muitos os futuros donos que ao levarem um animal destes para suas casas não pensam nos riscos e problemas tanto para o animal como para si próprios. Adquirir um destes animais implica alguns riscos inerentes à saude pública, tais como transmissão de doenças e ameaças de ataque ao ser humano tendo em conta que estes animais são selvagens e o seu comportamento será sempre imprevisível. Para além disso, o bem-estar animal pode também ser comprometido se as condições físicas e o maneio não forem adequados. A inexperiência e falta de conhecimento dos compradores levam a situações de má nutrição, stress e solidão, que resultam em problemas graves de saúde, física e comportamental, e mesmo à morte. Muitas vezes por não atingirem as expectativas iniciais dos donos, por serem animais de elevada longevidade ou por atingirem dimensões maiores que inicialmente previstas, estes são doados a instituições ou abandonados, podendo pôr em perigo espécies autóctones.
No entanto, e não referindo apenas aspectos negativos da aquisição deste tipo de animais, as situações acima referidas podem ser minimizadas através do enriquecimento ambiental que consiste em criar um ambiente mais complexo e interativo de modo a estimular os seus comportamentos naturais e aumentar o nivel de bem-estar. Mas se a avaliação do comportamento dos animais é essencial para averiguar o seu bem-estar então quais serão as condições mínimas essenciais para que seja eticamente aceitável ter um animal deste tipo? E será, na vossa opinião, a legalização deste comércio uma solução para o problema?
Reducing animal suffering in nature? Conferência 2 de março
2 de Março – 14:30
Sala Mattos Romão, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Entrada Livre – Lotação Limitada
Many people think nonhuman animals live great lives in the wild.
However, this view is wrong. Population dynamics teach us that the
overwhelming majority of the animals that come to existence in nature
die shortly after. Those deaths are often painful. Furthermore, those
who survive often suffer and die from malnutrition, disease,
accidents, harsh weather conditions, fear, etc., or are killed by
predators or parasites. This gives us a strong reason to intervene in
nature to reduce the harms animals suffer. We may reject this if we
think (i) that only human interests count; (ii) that alleged
impersonal values such as environmental ideals count for more than the
interests of sentient beings; or (iii) that intervention in nature
cannot succeed. However, there are powerful arguments to reject all
these claims. If they are right, there is a strong case for
intervention in nature for the sake of nonhuman animals. This also
entails that if the interests of individuals count significantly
beyond what speciesist anthropocentric views assume, we must defend
the interests of nonhuman animals over environmentalist concerns.
Num ponto sem retorno?
- O O Cavalier King Charles Spaniel, muitas vezes escolhido por ser um dócil animal de estimação, traz com ele uma reduzida capacidade craniana, levando ao desenvolvimento de siringomiélia, que é caracterizada por um dor aguda
- O Leão da Rodésia tipicamente caracterizado pela crista que apresenta dorsalmente, sendo a ausência da mesma um factor que coloca em causa a “pureza da raça”. Apesar de a crista representar uma malformação, o código de ética do Rhodesian Ridgeback Club of Great Britain aconselha a que se eutanasiem as crias que nasçam sem a mesma.
Recentemente, a revista National Geographic (edição de Outubro de 2011) chamou a atenção a um exemplo de selecção artifícial dirigida em animais selvagens com um objectivo diferente: como de ferramenta para estudos científicos. O artigo sobre The Fox Farm Experiment refere estudos em que animais – em alguns casos selvagens – perdem o seu comportamento natural com o objectivo de “servirem” para esclarecer processos de evolução, como a domesticação e as origens dos nossos comportamentos sociais. Este artigo destaca um estudo que se iniciou há mais de 50 anos onde têm sido seleccionadas raposas de carácter “dócil”.
Sendo o Homem parte integrante da Natureza é natural que também a influencie. Porém, a nossa visão antropocêntrica do mundo por vezes ultrapassa a linha do éticamente aceitável. Fica a questão: Qual é o limite?
Comércio ilegal de animais
Trabalho realizado por:
Tiago Cardão, Francisco Ventura, Carlos Dias e Juliana Pego.
Alunos de Medicina Veterinária, EUVG – Coimbra.
Grande parte dos animais traficados provém de regiões em desenvolvimento (América Latina, Ásia, África e Europa Oriental) sendo os mesmos (ou as suas carcaças) transportados para regiões mais ricas, como a Europa e América do Norte. O mercado negro asiático e africano, em conjunto, colocam em perigo mais de 7 mil espécies selvagens. A Ásia tem um papel de destaque no mercado negro de animais pela extensão, diversidade e peso económico do mesmo (Hong Kong é o centro mundial de compra e venda de peles de várias espécies). Não é também alheio o uso de animais (é o caso do urso), órgãos ou tecidos com fins terapêuticos na Medicina Tradicional Chinesa, estando os seus resultados por vezes relacionados com o tratamento aplicado ao produto animal antes de utilizado pelo consumidor final e sendo perfeitamente substituíveis por componentes sintécticos ou herbais mais eficazes e precisos.

Em África, esse mercado negro fomenta a captura e venda de animais selvagens para alimentação das populações, exportando essencialmente peças decorativas (como peças em marfim do elefante africano), acessórios de moda, produtos para a indústria farmacêutica e cosmética. Verifica-se ainda uma procura crescente de animais exóticos e selvagens como animais de companhia.
Este tipo de mercado exite em vários pontos do globo, não só na China ou em África (em particular na África do Sul), mas também na América do Sul, na Austrália e em vários países europeus. Muitos destes mercados estão relacionados não só com o tráfico de animais, mantendo-se também associados ao comércio internacional de drogas, armas, álcool e pedras preciosas, muitas vezes havendo mesmo rotas cruzadas.
Várias estratégias podem ser aplicadas na luta contra este tráfico de animais, tais como: formação de brigadas anti-caça furtiva; criação de parques e reservas naturais (criando-se assim postos de trabalho com rendimentos melhores, incentivando as populações “praticantes” da caça ilegal ao seu abandono); controlo em aeroportos e portos; inspecção a lojas de animais (para detecção de espécies exóticas que não sejam permitidas comercializar) e campanhas de apelo / alerta junto das comunidades, com principal destaque para o sector turístico, informando os potenciais compradores de artesanato feito à base de animais protegidos sobre a proveniência de tais produtos, bem como dos métodos de abate utilizados, salientando ainda que, ao comprar esses produtos, estariam a compactuar com o comércio ilegal de animais.
Cabe-nos ainda a nós, cidadãos comuns, alertar as entidades competentes para qualquer situação anómala. Contudo, o mercado ilegal de animais e produtos derivados destes continua a criar fortunas e a destruir ecossistemas, levando a que nos interroguemos se estas medidas referidas estão ser verdadeiramente eficazes ou se, pelo contrário, será necessário um controlo mais apertado por parte das entidades competentes? E o que nos garante que muitas vezes este assunto não seja negligenciado por parte dos agentes de fiscalização e controlo ?
Ação da PETA em Macau contra tráfico de animais exóticos
Fé nos Burros
O Fotógrafo João Pedro Marnoto tem andado por Trás-os-Montes, de aldeia em aldeia, atrás do gado asinino, e o resultado é o livro de retratos Fé nos Burros. O Projecto conta com a colaboração da Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino. Vejam também a rubrica da Teresa Firmino no suplemento P2 do Público de hoje.
Poluição sonora no mar mata cefalópodes?
Há vários registos da ocorrência, em vários pontos do globo, de cefalópodes (como polvos, chocos e lulas) que aparecem mortos no litoral.em grandes números (entre várias dezenas a centenas).
Um trabalho da equipa de investigadores liderada por Michel André, da Universidade Politecnica de Barcelona e publicado recentemente na Frontiers of Ecology and the Environment, sugere uma possível explicação para este fenómeno. Experiências em laboratório mostram que ruidos de baixas frequências com comprimentos de onda semelhantes aos produzidos pela exploração de petróleo, gás e navios, danificam de modo severo e permanente os orgãos de equilíbrio nestes animais, que deixam de se poder mover normalmente, perdendo assim capacidade de caçar e tornando-se também facilmente vítimas de outros predadores.
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| Fonte: New scientist |
A primeira resposta comportamental é a fuga, que rapidamente se converte em imobilização, ficando os animais imóveis no fundo do tanque (chocos) ou a flutuar estaticamente à superfície, sendo de esperar que possa ocorrer um comportamento semelhante no meio ambiente.
Estes dados vêm reforçar a necessidade de regular a produção humana de ruído nos oceanos, uma vez que a poluição sonora – proveniente de navios, extracção de combustíveis fósseis ou exploração eólica – pode afectar de modo significativo os ecossistemas marinhos. É este aspecto que a edição de 16 de Abril da New Scientist destaca no seu editorial, onde consta que Cephalopods may not be as charismatic as whales and dolphins but they are integral to the marine food chain.” Não é por acaso que os cephalopodos são comparados com estes emblematicos mamíferos marinhos. Entre os invertebrados, os cephalopodos mostram uma capacidade cognitiva extraordinária, com um sistema nervoso bem desenvolvido e um comportamento rico e complexo.
Com base nas suas capacidades cognitivas, os cefalopodes foram recentemente incluidos como os primeiros invertebrados na legislação euroeia que protege os animais usados em experimentação. Mas no mar continuam desprotegidos.





