A crescente demanda pela produção de carne está a expandir rapidamente a actividade pecuária. Como resultado da selecção genética directa, o ritmo de crescimento e conversão de alimento em músculo nos frangos de engorda são mais elevados do que para qualquer outro animal. Contudo, o crescimento acelerado destes animais resulta em fraqueza relativa dos membros posteriores, tendo por consequência um notório impacto no bem-estar dos animais e dificuldades de locomoção durante a última semana de vida. Em comparação com os frangos, os porcos são menos eficientes na conversão de alimento em carne e grandes instalações de produção destes animais são frequentemente apontadas como grandes poluentes dos cursos de água superficiais e subterrâneos.
Após um post-doc no Canada, “W”, um jovem investigador agora recentemente radicado numa universidade sueca sugeriu aplicar o seu conhecimento em biologia do desenvolvimento de modo a explorar a possibilidade de criar uma empresa spin-off para desenvolvimento de frangos geneticamente modificados de modo a que apresentem quatro membros posteriores (“pernas”) para dar resposta aos conhecidos problemas de mal-estar e poluição. Estes frangos teriam uma maior base de sustentação para o torso desproporcionado, apresentando ainda o dobro da parte mais apetecível e vendida do frango, as pernas.
Esta técnica parece resultar bem em Drosophila e resultados preliminares da aplicação desta tecnologia em frangos são promissores. De facto, galinhas com quatro patas ocorrem por vezes até espontâneamente, e “W” neste momento procura apoio financeiro para desenvolver técnicas qe permitam controlar esta mutação de modo a produzir sistematicamente destes animais, respeitando os mais elevados níveis de saúde e bem-estar.
Evidentemente, há questões a ponderar, desde o ponto de vista do veterinário até ao do consumidor final. Mas hoje em dia quem sabe de onde vêm realmente os “nuggets” das cadeias de fast-food?