The Meat Crisis: Developing more sustainable production and consumption

Joyce D’Silva, Director of Public affairs of Compassion in World Farming, has brought together key global experts to produce a powerful and challenging book, which addresses some of the key issues facing our world: how can we achieve global food security for all while ensuring protection of the environment, our own health and the welfare of farm animals? Is the growth of factory farming, with its massive appetite for water and feedstuffs, leading us down a hugely unsustainable path?

John Webster, Professor Emeritus at Bristol University, the book’s co-editor, tells us about the importance of animal welfare in dairy farming. As author of a chapter on dairy cows, he explains why cows’ lives are often so compromised in today’s dairy farms.

The book can be purchased here.

A internet e a causa animal

A Internet 2.0 – que revolucionou a forma como comunicamos – tem sido muito usada para promover a causa animal. Dois vídeos denunciando maus tratos a animais surgiram nos últimos dias e provocaram uma onda de indignação e contestação à escala global. O primeiro caso é o de uma mulher que colocou um gato no caixote do lixo. O segundo é o de uma jovem filmada a atirar uma ninhada de cachorros para o leito de um rio. Dificilmente poderiamos encontrar uma maior unanimidade nas reacções de condenação a este tipo de atitudes.

Conferência Conservação de Vertebrados Terrestres Ameaçados

O dia 24 de Setembro conta com mais uma iniciativa na área da protecção ambiental. Depois da Anna Olsson ter dado conta de um Colóquio sobre Educação e Ética Ambiental na FPCE – Universidade do Porto, eis que no mesmo dia decorre na Universidade de Évora a Conferência “Conservação de Vertebrados Terrestres Ameaçados em Portugal: Situação Actual e Perspectivas”.

As inscrições deverão ser efectuadas até ao dia 10 de Setembro de 2010. O secretariado do Seminário é garantido pela Naturlink e os respectivos contactos são os seguintes:

Naturlink
Rua Robalo Gouveia, 1-1º A
1900-392 Lisboa
Telefone: 217991100
Fax: 217991119
E-mail: naturlink@naturlink.pt

Têm os animais direitos? Não sei…

Confesso que, quando soube que a filósofa e eticista Adela Cortina tinha escrito um artigo de opinião no Jornal El País sobre direitos dos animais um dia depois do veto catalão à touradas, fiquei entusiasmado. Mas o entusiasmo cedo deu lugar a uma funesta desilusão. No seu artigo, Adela explora a definição de direitos e partindo de um pressuposto antropocêntrico, estabelece uma distinção entre ter-se direitos (seres humanos) e serem concedidos direitos (onde parece incluir animais, bosques frondosos e bons quadros).
O argumento é antigo e podemos reconhecê-lo em Kant: os seres humanos são detentores de direitos a priori porque são agentes morais, isto é, são seres capazes de reconhecer a moralidade das acções próprias e dos outros, ao passo que animais, árvores ou pinturas são – quanto muito – sujeitos morais. Um sujeito moral é-o, não intrinsecamente, mas porque nós humanos reconhecemos nele algum valor e é da perservação desse valor (senciência, valor ecológico, valor patrimonial ou outro) que resulta a consessão de direitos.
Tudo isto é muito interessante mas… nada disto é novidade nem a abordagem é nova. E quanto ao contexto? Não devia Adela, como figura cimeira da ética que é, aflorar a questão das touradas? Não esperavamos ser ela mais objectiva na sua análise? Sim, se fosse essa a sua intenção original. Não, porque Adela preferiu usar o seu prestígio para, através de um periódico de grande circulação e tiragem, publicitar o livro que publicou recentemente sobre … direitos dos animais. É pena, porque realmente gostava de saber a opinião dela.

Abandono de Animais em Debate

Há cerca de um mês, o Fórum TSF dedicou duas horas de debate público ao abandono de animais no nosso país. Por ocasião deste debate, retomo um tema que já abordei anteriormente: a relação entre associações zoófilas e canis municipais. Programas como o Fórum são boas ferramentas antropológicas para se auscultar a percepção do cidadão comum a temas que normalmente são só analisados pelos ditos “especialistas”, género que pulula nos meios de comunicação social portugueses. O tema surgiu por causa de uma curta notícia no DN que dava conta de que as Câmaras Municipais teriam recolhido 37 mil animais nos últimos 3 anos, segundo dados da Direcção-Geral de Veterinária (DGV).
Esta rúbrica permite vários pontos de análise: identificação animal (microship), conduta de criadores, punições legais pelo abandono, maus tratos animais, estatuto legal do animal, etc. Começo pelo papel que os canis/gatis municipais desempenham na nossa sociedade. A primeira percepção que retive do Fórum foi a de que o público não pode ficar esclarecido quando os próprios organismos oficiais não se entendem quanto à designação oficial: a DGV optou pelo eufemístico Centro de Recolha Oficial (CRO), ao passo que a ANVETEM optou pelo mais sonante Centro de Recuperação e Reabilitação Animal. Independentemente do nome, a paupérrima imagem pública dos canis/gatis municipais fica ilustrada por algumas das intervenções no programa:

“O abandono em Portugal está camuflado pela entrega no canil”

“Abandono legalizado pelas Câmaras”

“Os canis é para abater, por vezes sem condições”

“Genocídio animal”

“Os canis municipais abatem sem critério algum animais em bom estado”

Neste contexto, o papel das associações zoófilas – e de pessoas singulares – surge enobrecido, face à (aparente) inoperância dos CRO’s, como sendo a alternativa humanitária para lidar com o problema dos animais errantes. Os, agora, Centros de Recolha Oficiais devem ser muito mais do que o nome indica. Não podem limitar a sua acção à recolha, identificação e profilaxia de animais errantes. A Presidente da ANVETEM, Ana Elisa Silva, tentou abarcar no curto espaço de tempo que lhe foi concedido, os pontos essenciais da acção do Médico Veterinário Municipal (MVM) nesta matéria, mas são necessários esforços adicionais para se passar uma mensagem construtiva sobre o papel social desempenhado por estes profissionais.
O MVM deve também actuar a nível da esterilização de animais errantes, do envolvimento junto dos seus munícipes com actividades de sensibilização e educação e da participação em campanhas de adopção (com critérios rigorosos de selecção e monitorização pós-adopção, como foi referido). No contexto de uma ética social, o MVM deve ir ao encontro da sua responsabilidade de máxima autoridade na protecção dos interesses dos animais de companhia. Dou como exemplo o Médico Veterinário Municipal de Valongo, Fernando Rodrigues (referido na peça, aliás), que desenvolve actividades didácticas e campanhas de sensibilização junto do público, nomeadamente crianças.

E a Catalunha diz não às Touradas

Foto: El Mundo /Afp

A Espanha enfrenta uma cisão histórica. Atrevo-me a dizer que anos de separatismo Basco não foram capazes de dividir tanto a sociedade espanhola como a decisão do Parlamento da Catalunha em proibir, a partir do início de 2012, as corridas de touros no seu território. No vídeo disponível no site do jornal El Mundo podemos ver como a notícia foi recebida na galeria do parlamento catalão: aplausos efusivos de um lado, choro desconsolado no outro. Os comentários a esta notícia ultrapassam já os 2250 e o ano e meio que falta para a lei entrar em vigor promete ser quente com apelos dos pro-taurinos ao Tribunal Constitucional e ao Congresso. Aliás, a contra-reforma já começou, com a putativa iniciativa do PP de fazer das toradas Património Cultural da Humanidade.

Bartoon, Luis Afonso, Jornal Público, 30-07-2010

A decisão catalã não apanha ninguém de surpresa: há muito que se debatia a questão taurina. Mas ela pode ser o início de um ciclo, tal como tem acontecido em Portugal com o crescente número de autarquias a suprimir os espectáculos tauromáquicos nas suas praças. Entretanto, a corrida vai continuar a ser perseguida e acossada porque a sua defesa, em termos de ética animal, é frágil e ninguém parece disposto em reformá-la. Como defendi recentemente num artigo de opinião: “a festa brava encontra-se numa encruzilhada: ou continua surda aos gritos de revolta e assiste imóvel ao crescente mediatismo dos argumentos das organizações zoófilas (…) ou oferece o dorso ao ferro e promove a reformulação de algumas das práticas que constituem a lide.

Não me afirmo aficionado mas também não partilho da opinião dos paladinos dos direitos dos animais de que a tourada representa a barbárie e a tortura. Sei que a abolição catalã vai ser agora usada pelos grupos activistas como um exemplo a seguir por uma sociedade evoluída e humanista. No entanto, considero-me mais um reformista do que um abolucionista e gostava de ver a questão taurina a ser debatida mais ao nível dos consensos do que das imposições legais.

Guide for the Care and Use of Agricultural Animals in Research and Teaching

A Federação das Sociedades de Ciência Animal (FASS, em inglês) editou a terceira edição do Guide for the Care and Use of Agricultural Animals in Research and Teaching. A versão electrónica do guia está disponível para download gratuito. Trata-se de uma ferramenta muito útil e transversal para todos aqueles que trabalham em ciência de animais de produção: bovinos de leite e de carne, cavalos e aves, pequenos ruminantes e suínos. Os capítulos são sintéticos mas condensam informação útil, não só para veterinários e cientistas, mas também para os produtores e responsáveis pelas explorações pecuárias.

Do lobo ao cão. E do cão ao cão de gado.

“Foi longa e tortuosa a evolução. Difícil. Mas as características que, actualmente, estão fixadas nas raças nacionais de cães de gado constituem um património genético invejável. Que não se pode perder. Contribuir para a preservação dos cães de gado e para divulgar a exigente tarefa que constitui o árduo quotidiano destes cães é o desafio deste livro. Esta obra vive da imagem e dos testemunhos de pastores e investigadores – plena de cor, acção e dramatismo. Para o leitor constituirá o regresso a um universo que julga perdido: o mundo rural, com os cães em acção guardando rebanhos e manadas, defendendo-os dos lobos e realizando combates de vida ou morte. Os cenários são naturais: as grandes serranias a norte do Douro, os cumes de Castro Laboreiro, os alcantis da Peneda, as encostas do Alvão. Aí, nesses ambientes selvagens, veremos como se entrecruzam destinos: ovelhas e vacas das ameaçadas raças autóctones, velhos pastores armados com cães e cajados. E como sobrevivem os velhos costumes e saberes – ante o desaparecimento de tradições como a transumância.”

Saiba mais sobre o Grupo Lobo, sobre o Projecto Cães de Gado ou compre o livro.

Que Peixe Comer?


Que diferença faz para o planeta Terra as opções gastronómicas que tomamos todos os dias? Para quem gosta de comer peixe, a Liga para a Protecção da Natureza criou a plataforma electrónica “Que Peixe Comer… para um Consumo Sustentável?”. Este projecto, que conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, pretende providenciar informação útil e prática para se consumir peixe de forma responsável. A ferramenta pedagógica é agradável de utilizar e o design é informal e apelativo. Ficamos a conhecer algumas das principais espécies de peixe da nossa costa, métodos de pesca utilizados, receitas culinárias e dicas para se escolher peixe sem danificar os ecossistemas marinhos. A versão experimental já está disponível e as opiniões são bem vindas!

The Blue Dog Project

A APMVEAC (Associação Portuguesa de Médicos Veterinários Especialistas em Animais de Companhia) lançou a versão portuguesa de “THE BLUE DOG” ferramenta educacional interactiva que visa ensinar crianças entre os 3 e 6 anos de idade a lidar e viver de forma segura com o seu animal de estimação. A maioria das mordeduras provocadas por cães ocorre em casa e envolve crianças. Estudos científicos apontam o dedo ao comportamento desajustado da criança face ao animal especialmente em idades precoces. Saiba mais aqui.