Ou mais especificamente, estrume de porco desodorizado. O método de origem italiana, agora a ser testado em França implica o uso de chabazita. Este mineral da família dos zeólitos pode ser acrescentado à ração que os animais comem ou espalhado no terreno juntamente com o estrume. Através de pequenas cavidades na sua estrutura, o mineral tem a capacidade de captar amónio, o que consequentemente reduz a formação de nitratos que contribuem à eutrofia de águas e a emissão de amónio para o ar.
Suinicultores nas regiões italianas Emilia-Romagna e Toscana já utilizam chabazita como aditivo na alimentação desde há um par de anos, e o método está em estudo na região de Bretanha em França. Os efeitos ambientais imediatos são prometedores: a adição de 3% de chabazita à ração reduz a quantidade de amónio livre no estrume com cerca de um terço. Enquanto os suinicultores italianos têm acesso ao mineral localmente produzido, para os restantes o efeito ambiental ainda tem que ter em conta o transporte.
O mineral não é mineralizado e não são relatados efeitos nefastos sobre os animais. Ao contrário, pelo menos em condições sanitárias menos favoraveis, a adição de zeólitos à alimentação pode reduzir a ocorrencia de problemas gastro-intestinais.
É um avanço assinalável e inesperado. No entanto, é preciso ainda ter em consideração o efeito ambiental da extracção do mineral. É incrivel constastar pelo artigo na PNAS que os benefícios do uso de zeólitos em termos de crescimento de suinos e aves e na diminuição de custos com rações estão descritos há quase 50 anos, mas pouco foi investido desde então. É também curioso observar que os benefícios da absorção de amónio nessa altura eram avaliados em termos produtivos (e de saúde animal). Não parece haver referência aos benefícios ambientais, o que ilustra uma mudança de paradigma.
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