Este post tem pouco a ver com animais mas preciso de expressar a minha perplexidade. Desde sexta-feira passada, a caixa de correio do grupo de investigação tem vindo a encher com publicidade de uma empresa de material de laboratório. Endereçado individualmente a cada um dos membros do grupo, num envelope de A4 e enviado pelo correio. Chegou hoje o decimo-quinto despacho. O valor total só de porte até data é de 9 euros e 72 cêntimos. Mais os custos dos envelopes e da impressão das folhas de publicidade. E isto só a contar os custos directos para a empresa – não os custos de gastos de recursos suportados por todos nós ou pelo planeta, como preferirem.
Pode ser que seja retro, pode ser que a melhor maneira de se diferenciar em 2011 é de enviar publicidade em papel. Mas a única mensagem da empresa que me chega a mim é “retrógrado”.
Contemplo a possibilidade de devolver o quilo de papel à empresa. Na realidade, a despachar tudo directamente no papelão perco uma oportunidade de me juntar à empresa no estímulo a economia nacional. Até porque uma vez que ninguém no grupo gasta o tipo de material anunciado não há outra maneira de contribuir.
No entanto, deixo aqui uma sugestão: a próxima vez enviem-nos o dinheiro directamente. Comprometo-me a gasta-lo bem e em produtos nacionais.
A publicidade escrita parece resistir ao poder das novas tecnologias. Só assim se explica que a Dica da Semana seja de longe a maior publicação periódica do nosso país com uns assombrosos 3.128.120 de exemplares segundo a APCT (sim, três milhões)!! Eu recebo todas as semanas panfletos publicitários de dezenas de empresas – supermercados, mobiliário, bricolage, fast food, vestuário e o diabo que os carregue – e às vezes recebo em triplicado ou quadriplicado. Aqui o porte de correio é substituido por um trabalhador sub-contratado, sub-qualificado e sub-remunerado. Em que século?
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