Os ‘animais de laboratório’ mais famosos

Por causa de um recente debate sobre se os animais de laboratório deveriam ter um nome (em vez de serem identificados por um código), a revista científica americana Science lanҫou um Quiz para testar o conhecimento dos seus leitores sobre os mais famosos animais alguma vez usados para fins científicos. O quiz tem perguntas interessantes e um timer, pelo que não dá tempo para ir dar uma espreitadela à Wikipedia à procura da resposta certa. No final, dá vontade de conhecer melhor quem eram estes animais e de que forma contribuiram para o avanҫo da ciência. No entanto, só um certo chauvinismo americano pode justificar que a cadela Laika não faҫa parte dasta lista (em vez disso, ficamos a saber que os primeiros animais que os americanos levaram aos espaҫo foram um par de macacos). Mais significativo é o facto de que na lista dos mais famosos aparecem espécies emblemáticas como golfinhos e chimpanzés, mas não há referência a um único rato ou ratinho, que compõem a esmagadora maioria dos animais usados em investigaҫão científica e aqueles que mais terão contribuido para o avanҫo da ciência e, por inerência, da humanidade. Assim sendo, pergunto: que outro animal sugeririam para esta lista?

Author: Manuel Sant'Ana

Sou Médico Veterinário e Especialista Europeu em Bem-Estar Animal. Sou investigador em ética animal, deontologia profissional e medicina baseada na evidência pelo CIISA-FMV ULisboa e pela Ordem dos Médicos Veterinários.

5 thoughts on “Os ‘animais de laboratório’ mais famosos”

  1. Agora a propósito do artigo original. A prática de dar ou não dar nomes aos animais de investigação segue a tendência da pecuária. Animais dos quais há muitos e que vivem por pouco tempo não tem nomes. Animais que vivem por mais tempo e cuja individualidade ficamos de facto a conhecer tendem a ter nomes. Quando fazia estudos quantitativos de comportamento, achava importante os animais não ter nomes. O observador neste tipo de estudos precisa de ser o mais objetivo possível, o papel dele é de ser o instrumento que converte o que o animal faz em números, e o facto de pensar na Fifi ou Didi poderia interferir com a objetividade. Isto é completamente oposto aos trabalhos de Jane Goodall. O trabalho dela é qualitativo, e o facto de os animais ter nomes e ser individuos é absolutamente central. Para a maior parte dos estudos, duvido que dar nomes aos animais iria comprometer a objetividade. Será o peso, ou a carga bacteriana, diferente numa Fifi do que numa 342?Agora, irá alterar o nosso relacionamento com os animais? Será mais difícil aceitar a sua morte no fim da experiência?

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  2. Aqui no biotério do IBMC havia um rato reprodutor que chegou a viver bem depois dos dois anos de idade (e com muito sucesso 'profissional', pelo que me constou), que era enorme e que tinha o carinhoso nome de \”Gaspar\”.

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