Animal Mosaic – outra forma de comunicar o Bem-estar Animal

Sob a égide da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, na sigla inglesa), ANIMAL MOSAIC é o mais recente site dedicado ao Bem-estar Animal. O site propõe ser uma plataforma de debate e fonte de informação sobre o mundo animal e da forma como as questões de bem-estar se relacionam com outras preocupações globais.
Das muitas fontes de informação disponíveis, é de destacar a versão renovada da ferramenta Concepts of Animal Welfare, que anteriormente só estava disponível em CD-ROM.  Esta pode ser uma boa maneira de se iniciar no multifacetado mundo (científico e filosófico) do Bem-estar Animal. Outra ferramenta importante é o Sentience Mosaic, que se vem assim juntar ao já existente Animal Sentience da Compassion in World Farming, outro site de uma ONG dedicado à consciência animal. O Sentience Mosaic providencia um Fórum de discussão sobre temas de senciência, consciência e cognição animais (e já com algumas entradas).

Ambas as ferramentas, no entanto, devem ser usadas com um alerta: as visões nelas expressas não reflectem todo a panóplia de opiniões existente no universo do Bem-estar Animal. Elas são o reflexo das estratégias e campanhas levadas a cabo pela WSPA. Na qualidade de organização líder mundial em protecção animal, a WSPA veicula uma mensagem marcadamente antropomórfica do comportamento animal, como aliás se pode perceber pelo vídeo, e que não é partilhada por todos os cientistas e filósofos.

Author: Manuel Sant'Ana

Sou Médico Veterinário e Especialista Europeu em Bem-Estar Animal. Sou investigador em ética animal, deontologia profissional e medicina baseada na evidência pelo CIISA-FMV ULisboa e pela Ordem dos Médicos Veterinários.

6 thoughts on “Animal Mosaic – outra forma de comunicar o Bem-estar Animal”

  1. Talvez eu esteja demasiado envolvido pelo cepticismo da Marian Stamp Dawkins, mas a descrição dos animais como capazes de sentir fenómenos subjectivos como alegria, empatia e altruísmo consiste numa interpretação do seu comportamento em função do nosso e está fora daquilo que eu penso poder ser comprovado cientificamente (pelo menos para já). A questão do altruismo, por exemplo, remete directamente para a discussão que tivemos sobre a experiência de De Waal et al. em macacos capuchinhos.A diferença pode parecer apenas semântica, mas dizer que um golfinho sente alegria é diferente de dizer que um golfinho se comporta como sentisse alegria.

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  2. Percebo o que estás a dizer, e também acho que há um nuance de antropomorfismo. Não é uma questão semântica, do ponto de vista de precisão científica há uma diferença importante enter dizer que sente e dizer que se comporta como sentisse. Mas para avançar para uma discussão que é mesmo semântica, diria que o antropomorfismo na mensagem da WSPCA é muito ligeira.ANTRPOMORFISMO é isto, que recebi hoje por e-mail:https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=HEJEYKTRHzg#!

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  3. Caro Nuno Henrique Franco, Se não tivesse fechado o vídeo veria que no fim surgem as referências das afirmações feitas ao longo do mesmo, incluindo sobre o pessimismo das abelhas.Essa afirmação é reitrada diretamente do título do artigo \”Agitated Honeybees Exhibit Pessimistic Cognitive Biases\”, publicado na prestigiada Current Biology: http://www.cell.com/current-biology/abstract/S0960-9822(11)00544-6Não podemos culpar a WSPA por usar o termo \”pessimismo\” quando os próprios autores do artigo o usam no título do mesmo.

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